Por John Bowker
BORODINO, Rússia (Reuters) - Três disparos estrondosos para o ar, unidades da cavalaria galopando pela floresta e vários milhares de expectadores russos berram de felicidade.
A Batalha de Borodino - versão 2011 - começou.
Uma casa de palha em chamas dá a senha para a fase seguinte das manobras, enquanto as tropas francesas sob a direção do imperador Napoleão tomam um ribeirão e tentam afastar seus inimigos russos.
Essa é a reedição anual da Batalha de Borodino, ocorrida em 1812, entre a Rússia e o Exército francês invasor, protagonizada por centenas de atores voluntários e militares entusiasmados em um campo cerca de 120 quilômetros a oeste de Moscou.
A Abertura 1812, de Tchaikovsky, é tocada em alto e bom som pelos alto-falantes, os participantes atiram uns nos outros com fogo de canhão e confrontam-se montados a cavalo.
'Essa foi a nossa grande vitória. Napoleão tinha conquistado o mundo inteiro, com a exceção da Grã-Bretanha', disse o espectador Oleg Ovchinnikov, de 38 anos, que assistia à representação da batalha pela oitava vez.
Historiadores estimam que mais de 250 mil soldados envolveram-se no conflito real, com 70 mil mortes dos dois lados.
Embora se considere que os franceses tenham vencido a batalha, quase dois séculos depois ela passou a ser vista como uma vitória russa - um sucesso comemorado com a reencenação da batalha todos os anos por volta do 7 de setembro.
O custo humano da vitória mostrou-se grande demais para a França. Napoleão pouco depois bateu em retirada, perseguido pelo Exército russo até a fronteira.
'Claro que este é um dia muito importante - essa foi a primeira grande guerra para a Rússia', disse Júlia, de 14 anos, que viajou de Moscou com amigos para assistir à encenação.
A descrição do próprio Napoleão sobre a batalha serve apenas para alimentar o patriotismo russo e o entusiasmo pelo evento: 'Das 50 batalhas que combati, a mais terrível foi ante Moscou. Os franceses mostraram ser vitoriosos por mérito e os russos podem com justiça se chamar de invencíveis', escreveu ele.
(Reportagem de John Bowker)
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