Modalidades típicas da cultura urbana, skate e fixa atraem cada vez mais interessadas em aliar atividade física e estilo de vida
Verônica Mambrini, iG São Paulo | 14/04/2011
De acordo com a Confederação Brasileira de Skate, mulheres já são 186 mil praticantes do esporte no país
Elas estão tomando as ruas. Skates e bicicletas de roda fixa estão cada vez mais sendo usadas por mulheres. Nas pistas, o aumento de mulheres skatistas é constante e gradual. “Em 2004, 5% dos praticantes eram meninas. Em 2006 o número cresceu para 8%. Em 2009 já representavam 10%. São 186 mil mulheres que praticam skate no Brasil”, diz Edson Scander, diretor esportivo da Confederação Brasileira de Skate. “O skate chegou ao país na década de 70, quando mulheres tinham menos liberdade para praticar esportes. Com a emancipação feminina, foi natural que elas começassem mudar esse cenário”, afirma.
A timidez e o receio de passar vexame na frente de um grupo de homens é um potencial afastador de mulheres da modalidade. No Rio de Janeiro, fazer aulas de skate com professores na orla virou uma febre. A dentista Renata Paschini, 38 anos, não larga do seu shape – nome técnico da prancha do skate. “Eu era a princesa da família e não podia fazer nada. Quando meu primo comprou um skate, adorei.” A dentista conta que sofreu preconceito em casa por praticar um esporte tido como masculino e que já foi visto como “coisa de maloqueiro”.
Ela saía com o skate dentro da mochila para emendar um treino depois da aula da faculdade. “Não cabia uma mulher praticando. Já imaginou uma doutora, saindo escondida, com skate dentro da mala? Sofri bastante”. De acordo com a skatista, o último boom começou em 2007. “A mídia passou a divulgar eventos internacionais de skate e a visão começou a mudar”, acredita.
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